Os Exercícios Espirituais são um modo de oração que ajuda a criar proximidade e intimidade com Deus, através do contato com a Palavra, com o outro e com a realidade, considerando a pessoa em suas dimensões psicológica, social, afetiva, familiar e eclesial. Por meio do método de oração de Santo Inácio de Loyola, os Exercícios nos ajudam a tomar consciência de nós mesmos, a encontrar Deus em nossa história e a assumir o Seu chamado para o seguimento de Jesus Cristo.
O Anchietanum adaptou o método de oração de Santo Inácio para a juventude e, assim, criou os Exercícios Espirituais Para Jovens (EEJ). Eles são organizados em cinco etapas e ajudam o jovem a viver uma experiência pessoal de oração, abrindo-se para o envolvimento com o Projeto de Deus, no serviço aos irmãos, à Igreja e à sociedade.
Nos EEJ, o silêncio, o acompanhamento espiritual, a partilha e a oração pessoal e comunitária possibilitam ao jovem um relacionamento pessoal com Deus e com ele mesmo. Tudo isso proposto e realizado de modo dinâmico, com o jeito de ser da juventude, colaborando para que o jovem cresça na fé e no desejo de mais amar e servir a Deus e aos irmãos.
Os EEJ ajudam a juventude a crescer espiritual e apostolicamente, através da experiência do amor de Deus e do seguimento de Jesus.
Na 1ª etapa, os jovens são convidados a rezar o amor de Deus, encontrando-se com sua própria fonte. Motiva-se para a importância do silêncio e do acompanhamento espiritual personalizado.
Na 2ª etapa, já entrando nas semanas dos Exercícios Espirituais, o objetivo é que o jovem reconheça o pecado pessoal e social, para que possa estabelecer uma relação ordenada com a criação, louvando e servindo a Deus nosso Senhor.
A 3ª etapa, guiada pelo chamado de Jesus, marca o início da elaboração do Projeto de Vida e dá ênfase à contemplação da encarnação e da vida pública de Cristo.
Na 4ª etapa, rezam a vida pública de Jesus Cristo e o chamado ao compromisso com o Projeto do Reino, para que, contemplando a “jornada inaciana”, possam concluir seu Projeto de Vida.
Na 5ª etapa, os jovens fazem a contemplação do mistério da Morte e Ressurreição de Jesus, experienciando a plenitude do amor divino, que se revela em todas as coisas.
Conversão: Inácio de Loyola nasce em 1491, na Espanha, numa família da nobreza basca, onde é, desde cedo, iniciado na alegria e valentia desse povo. Aos 26 anos, os seus sonhos de grandes conquistas militares e amorosas caem por terra, feridos de morte por uma bala de canhão que o deixa gravemente ferido e coxo para o resto da vida. Durante a sua longa convalescença, entretém-se com os livros que lhe conseguiram arranjar: vida de Jesus e dos santos. Tocado por esses relatos, experimenta uma alegria profunda e duradoura ao imaginar-se a seguir os seus passos, na radicalidade de uma vida entregue a Deus. Da frustração nascem assim novos sonhos e ideais maiores…
Uma experiência espiritual profunda: Sem outro projeto que o de imitar os santos, Inácio parte para os arredores de Barcelona, fixando-se na pequena localidade de Manresa. Permanece aí retirado durante longos meses, num clima de austeridade, penitência e profunda oração. Durante esse tempo, sente-se conduzido por Deus numa segunda conversão. Descobre a proximidade de Deus, não apenas nas duras provas que impunha a si mesmo, mas sobretudo na oração, falando-Lhe como a um amigo. Nos movimentos do seu coração - alegria, tristeza, ânimo - encontra respostas às suas inquietações e ajuda para discernir a vontade de Deus. Em Manresa, descobriu, ainda, que Deus o chamava a ajudar os outros a encontrá-Lo, partilhando a sua experiência, que transpôs no seu pequeno livro de Exercícios Espirituais.
Da universidade para o mundo: Depois de uma viagem à Terra Santa, motivada pelo desejo de proximidade com Jesus, Inácio dá-se conta de que necessita estudar para ajudar melhor aqueles que o procuram, sem deixar de manter o seu estilo de vida simples. Na Espanha e depois em Paris, o peregrino, como ele chama a si mesmo, prepara-se para o sacerdócio, ao mesmo tempo em que reúne à sua volta amigos e companheiros com o desejo de imitar a sua vida. Em 1539, esse grupo de amigos no Senhor decide constituir-se como corpo, sob a autoridade de Inácio, e oferecer-se ao Papa para as missões que ele julgue prioritárias. Uns, como Francisco Xavier, são enviados para o Oriente; outros, como Pedro Fabro, para dialogar com a Reforma protestante na Alemanha, enquanto Inácio permanece em Roma, conduzindo a Companhia de Jesus nascente no seu serviço à Igreja universal.
500 anos mais tarde: A inspiração de Santo Inácio de Loyola permaneceu viva, muito além da sua morte, em 1565, até os nossos dias, através da Companhia de Jesus e de todos os que, sem serem jesuítas, partilham do desejo de Inácio de amar a Deus em todas as coisas, e todas as coisas em Deus. A espiritualidade inaciana, alicerçada sobre a experiência interior de Inácio, contida nos Exercícios Espirituais, procura encontrar a Deus em todas as realidades, criadas para ajudar o homem na sua busca de felicidade. A atenção à voz do Espírito, que fala através dos acontecimentos do mundo e da vida interior de cada um, permite encontrar o caminho de realização que Deus sonha para cada homem e mulher. A oração constitui, assim, uma aprendizagem de liberdade interior, alimentada pelo desejo de um crescimento contínuo e de uma adesão cada vez maior a Jesus Cristo. É a este “mais” que Santo Inácio nos convida por meio do seu lema: para a maior glória de Deus! (Ad Maiorem Dei Gloriam)
Adaptado de: http://www.passo-a-rezar.net/
Lançamos agora o roteiro de oração da Celebração comunitária da Vigília do Natal do Senhor
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